Cabeleireiras especializadas em cacheados e crespos contam suas histórias e reforçam a importância da identidade negra na Primaz de Minas
Por: Alice Carpes, Mírian dos Santos e Tiago Maia
As relações de mulheres pretas com o cabelo afro e a autoestima | Foto • Alice Carpes
Em cada estado, cidade, bairro, rua, o racismo permeia as relações humanas. Fruto de uma colonização escravista, o embranquecimento das identidades afrodescendentes acontece das maneiras mais sutis, como o alisamento de cabelos cacheados e crespos. Às mulheres foi imposto socialmente um cabelo sem curvas, sem volume, sem frizz: uma estética distante da cultura afro-brasileira.
Ao longo dos anos, a transição capilar começou a se tornar mais comum, fio a fio, regressando à curvatura natural do cabelo. E por que não usar disso como fonte de renda? Mais do que uma necessidade, empreender tornou-se uma forma de fortalecer a autoestima e identidade negra de outras companheiras. Reconstruir os fios e cuidar das madeixas, a tanto maltratadas, transformou-se em um meio de se reconectar com suas origens e, também, símbolo de resistência e empoderamento.
Cabelos crespos e cacheados são parte da particularidade física e cultural africana, por isso, assumir essa identidade é lutar contra os padrões impostos por uma sociedade branca e colonizadora. A fim de entender a caminhada e os desafios daquelas responsáveis por resgatar a ancestralidade afrodescendente e a autoconfiança de diversas mulheres pretas, o Lampião buscou cabeleireiras marianenses a fim de conhecer suas histórias e vivências. Confira:
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