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Museu de Mariana: preservando a identidade da Primaz de Minas

O projeto conta com patrocínios do banco BNDES, da Vale e da prefeitura da cidade.


Por Isabela Sampaio, Karolayne Santos e Samuel Ribeiro



Fachada do Museu Mariana | Foto: Karolayne Santos

#PraTodosVerem: Casarão antigo onde está localizado o Museu Mariana, em suas janelas contém faixas vermelhas com a frase “ Museu de Mariana” e sua logo.


A primeira capital de Minas Gerais inaugurou no mês de setembro o “Museu de Mariana”, que tem como sede a Casa do Conde de Assumar, localizada nos fundos da Igreja de São Francisco de Assis. A casa e a igreja são construções do século 18, recentemente restauradas para abrigar o primeiro Museu na história da cidade, que completou 327 anos e tem como principal objetivo preservar a identidade cultural e reforçar sua relação com a comunidade.

A coordenadora de comunicação do Museu, Janice Miranda, falou da importância do projeto para a comunidade e para o fortalecimento do turismo local. Mariana está localizada próximo à cidade de Ouro Preto, patrimônio cultural da humanidade e grande atrativo para turistas. Segundo ela, após anos de espera, a população de Mariana, finalmente, tem um museu que retrata sua história, cultura e diversidade. Além disso, a coordenadora ressalta que o espaço se constitui como um lugar onde os moradores podem se ver cada vez mais.


Maria de Lourdes, de 59 anos, que mora em Mariana há mais de 30, trabalha na Igreja de São Francisco, recentemente restaurada. Em entrevista ao Jornal Lampião, ela contou que já teve a experiência de visitar o primeiro museu da cidade e ressaltou sua grande importância: “Irá trazer mais turismo e boas condições de vida”. Além disso, a moradora também disse que conseguiu reconhecer algumas das pessoas do seu cotidiano expostas no “Projeto Moradores” e se encantou com a história da cultura do município, ressaltando que a população precisa ir conferir as obras.


Exposição “Projeto Moradores” | Foto: Karolayne Santos

#PraTodosVerem: No quadro duas há mulheres sorrindo. No lado direito contém iluminação, ao fundo da fotografia podemos ver outro quadro sendo exposto.


O acervo


O Museu inaugura as exposições com o “Projeto Moradores”, que apresenta diversas fotografias de moradores da cidade, registradas na Praça Gomes Freire em Mariana, em 2014. O projeto faz parte de um acervo temporário e aborda aspectos culturais e religiosos, buscando demonstrar a história afetiva da população com sua comunidade.


Nada melhor que abrir o museu com as pessoas daqui de Mariana…aliás o nosso Museu é um Museu de cidade” Marcus Vinícius - orientador do Museu.

Em outra sala, os distritos de Mariana, Bandeirantes, Cachoeira do Brumado, Camargos, Cláudio Manuel, Furquim, Monsenhor Horta, Padre Viegas, Passagem de Mariana e Santa Rita Durão são representados através de fotos e vídeos e de relatos de moradores que destacam suas vivências, além de ressaltar sua importância.



Exposição “Relatos de Moradores” | Foto: Karolayne Santos

#PraTodosVerem: A fotografia apresenta quadros desenhados por crianças. As gravuras são representações dos distritos de Mariana.


As riquezas culturais de Mariana são apresentadas de formas diversas no edifício, a exemplo de representações físicas de alguns achados arqueológicos de escavação, encontrados na Igreja de São Francisco e na Casa do Conde de Assumar, como antigos fragmentos de vasos quebrados e diversas cruzes. Bolas de gude e pedras preciosas também fazem parte do acervo.


O Museu busca abranger a história da cidade de Mariana em múltiplos aspectos, como por meio de um quadro que retrata o panorama do município no ano de 1930. Além disso, conta com representações de eventos comemorativos da cidade como o Carnaval, festividade importante para a cidade que atrai turistas, e o Congado, festa clássica religiosa. Em parceria com o tradicional grupo “Zé Pereira da Chácara” foram disponibilizados três bonecos que vão às ruas todos os anos.


A base do Museu não é somente o acervo físico, temos poucas peças… A base é contar a história de Mariana por isso temos muitas telas e vídeos que retratam essa história”. Janice Miranda - coordenadora de Comunicação do Museu.

Exposição “Relatos de Moradores”. | Foto: Karolayne Santos

#PraTodosVerem: Telão que retrata relatos de moradores. Na esquerda temos a imagem de uma igreja e seus fiéis. A tela do meio apresenta o relato da moradora Maria José e na direita contém o mapa do distrito de Camargos.



Por que só agora?


A criação do primeiro museu de Mariana ocorreu em 2023. Segundo o vice-prefeito e secretário de Cultura, Cristiano Vilas Boas, a ideia de criação do projeto para a implementação do museu foi realizada em 2013, pelo prefeito Celso Cota, em exercício à época.


Para a idealização do edifício, a prefeitura contou com algumas verbas de incentivo à cultura, como a Lei Rouanet. Cristiano explicou que no ano de contratação do projeto do Museu, a Casa do Conde de Assumar, sede atual, estava em situação de desmoronamento e, com isso, a prefeitura viu a possibilidade de restaurá-lo para abrigar o museu. O secretário ressaltou também a importância desse espaço para a comunidade marianense e a importância de jovens e crianças terem acesso à cultura.


A educação patrimonial tem sido abordada para os alunos das escolas convidadas que participarem de oficinas no museu”. Cristiano Vilas Boas - vice-prefeito e secretário de Cultura de Mariana.

Ao longo dos anos, o projeto precisou contar com a captação de recursos do banco BNDES e do Instituto Cultural Vale, em parceria com a Prefeitura e a Arquidiocese de Mariana para a conclusão da restauração do edifício. Para o Museu de Mariana também está prevista a construção de um anexo que contemplará a história econômica da cidade. Ainda em fase de planejamento, será abrigado em um casarão localizado na Rua Direita, atualmente em reformas.


O acesso ao Museu de Mariana é gratuito aos moradores marianenses, a partir da apresentação do comprovante de residência e documento com foto. Com mais de duas mil visitas desde sua abertura, a equipe de comunicação do Museu de Mariana busca utilizar diversas estratégias para estimular a participação da comunidade, como o convite às escolas do Município e Estado a levarem seus alunos para a realização de oficinas relacionadas à expografia. Além disso, foram realizados eventos com a presença de artistas e escritores como a atriz, Zezé Motta, e o ator e roteirista, Gregório Duvivier, que fizeram participações no programa “Sílabas e sons”, durante o mês de outubro.


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